CIA. CROMOSSOMOS









A Cia. Cromossomos foi formada em 2013 por artistas que se especializaram na pedagogia de Jacques Lecoq, na escola internacional de teatro físico Estudis Berty Tovías, em Barcelona, onde trabalharam juntos durante dois anos. Apadrinhados pela ONG Payasos Sin Fronteras e orientados pelo palhaço e diretor convidado Ésio Magalhães, em 2014 a Cia. Cromossomos realizou sua primeira expedição de palhaços em quatro acampamentos de refugiados saarauís em Tindouf, Argélia, onde apresentamos o espetáculo de variedades “Somos Cromossomos” para cerca de 5 mil pessoas. Realizamos também cortejos musicais com a população local e uma oficina de iniciação ao palhaço com jovens alunos de uma escola de artes. Fomos recebidos e hospedados em casas de famílias e em bases militares que funcionam como centros de acolhida para cooperantes estrangeiros, o que nos permitiu ver de perto e viver um pouco do cotidiano das famílias e dos povoados que estão em situação de exílio, nos mostrando a importância do contato próximo e do estabelecimento de parcerias, como pretendemos fazer em todos os locais para onde vamos.

Em 2015, nosso primeiro ano enquanto Cia no Brasil, rodamos com o espetáculo “Somos Cromossomos” como na tradição do circo mambembe, passando por periferias e cidades do interior e litoral, em parques, praças, feiras, casas de cultura, CEUs e bibliotecas, levando conosco apenas o essencial: um espetáculo de humor popular que pode ser apresentado em diversos espaços e que provoca o riso por onde passa.

Em julho de 2016, realizamos a Expedição Riso Doce, em que fizemos 17 apresentações do espetáculo “Somos Cromossomos” em 8 comunidades ribeirinhas na região da foz do Rio Doce, no Espírito Santo, afetadas pela lama tóxica proveniente dos rejeitos de mineração da barragem do Fundão, da Samarco, Vale e BHP, que rompeu em novembro de 2015. Nos apresentamos nos mais diversos locais, entre comunidades tradicionais de pescadores, praças, calçadões, escolas, casa de repouso de idosos e acolhida de órfãos e também numa aldeia indígena tupiniquim, alcançando aproximadamente 2 mil pessoas. Novamente, nos hospedamos nas casas de moradores de cada comunidade por onde passamos e contamos com a articulação de lideranças de movimentos sociais locais para realizar nossa programação.

Em 2016 e 2017, participamos de diversas programações como Circuito Municipal de Cultura, Circuito Cultural Paulista e Recreio nas Férias, além de diversos SESCs, como em Belo Horizonte, Taubaté e Osasco. Além da participação do Festival Internacional de Mulheres Palhaças.

Em cada lugar que passamos, percebemos as relações que fazem com que a luta pela terra no Saara seja a mesma no Brasil e, neste ponto, a cultura torna-se um pilar importante para a desnaturalização de nossas atuais formas de consumo e pensamento, que, por exemplo, nos fazem chamar de comida limpa e natural a comida orgânica, sem pararmos para pensar nas inversões de lógica que nos foi introduzida. Acreditamos que o encontro, o riso, a troca e a festa são possibilidades de construirmos juntos novas formas de ver e estar no mundo.

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